sábado, 29 de dezembro de 2007

HENDRIX EM EDIÇÃO DEFINITIVA


Os herdeiros do legado de Jimi Hendrix nunca deixam de desenterrar algum novo produto. Pelo menos o padrão de qualidade é sempre mantido. É o que acontece com o DVD Jimi Hendrix Live At Monterey, que sai pela Universal Music. Claro, aqueles que compraram a caixa importada The Complet Monterey Pop Festival já têm o histórico show, que aconteceu em junho de 1967. Mas esta edição individual tem muitas vantagens e passa longe de ser um mero caça-niqueis. O material foi todo ganhou alta definição e as músicas foram colocadas na seqüência correta, sendo que muitas delas também aparecem com a opção mutiângulo. O DVD também tem alguns featurettes decentes. American Landing mostra como Jimi Hendrix deixou de ser um músico obscuro em sua própria terra e se transformou no maior guitarrista de todos os tempos. Já Music, Love & Flowers trata especificamente das origens e do legado do Festival de Monterey. Outro bônus é uma aparição de Hendrix no dia 25 de fevereiro de 1967 em Chelmsford (Inglaterra) tocando “Stone Free” e “Like A Rolling Stone”.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

BARRY EM CINCO DVDs



Confesso que adquiri com uma certa cautela a caixa The First Televisions Specials, do Barry Manilow, contendo nada menos do que 5 DVDs. Afinal, a alta dose de sacarina poderia ser fatal! Mas em meio a muita coisa kistch, Manilow se destaca como um apresentador simpático e eficiente, passando um certo charme desajeitado e inocente. Os shows foram gravados durante o período 1977 a 80, pulando para 1988. Dentre os convidados, aparecem nomes como John Denver, Ray Charles e Dionne Warwick. O último especial do box, chamado Big Fun on Swing Street, de 1988, é muito bem produzido e mostra a paixão de Manilow pela era do jazz e das big band, trazendo nomes ilustres como Dianne Schuur, Carmen McRae, Stanley Clarke, Gerry Mulligan e Kid Creole And The Coconuts. E meio a esta maratona, é claro que Manilow despeja todos seus grandes hits como “Ready To Take a Chance Again”, “Ships”, “Could It Be Magic”, “Mandy” e a inacreditável “Copacabana”. Claro, esse box é importado e saiu pela Rhino/Stiletto.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

FIM DE ANO NO TOM



A gravadora Biscoito Fino começou o ano lançando o box de 3 DVDs Maestro Soberano, feito para marcar os 80 anos de nascimento de Antônio Carlos Jobim. E com 2007 virando história, a gravadora vem com A Casa de Tom. Idealizado por sua ex-esposa Ana Jobim, o DVD mostra um Tom Jobim descontraído, longe de estúdios e dos palcos. Ele é visto em sua casa no Jardim Botânico, no sitio da família, nas matas cariocas e em Nova Yorque. Em pauta, o amor à música, família, à natureza e ao Rio de Janeiro. Tom Jobim sempre foi um bom papo e parece até que o músico está ao nosso lado, falando bem de pertinho. É claro, tem muita música no meio. As imagens são inéditas. Ana não as cedeu a ninguém antes para que não perdessem o seu frescor. O pacote vem num pack em embalagem digipack e com um livro repleto de fotos inéditas.

THE WHO POR COMPLETO



Quando eu assisti em meados dos anos 80 The Kids Are Alright, o lendário documentário sobre o The Who, achei que era a palavra definitiva sobre a banda. The Kids Are Alright ainda é o documento essencial da fase Keith Moon, uma carta de amor da banda aos fãs. Mas o recém-lançado Amazing Journey - The History Of The Who, DVD duplo que sai pela Universal Pictures, também é obrigatório. O importante é que ele também cobre o período pós Keith Moon (1979-até agora) e assim temos a passagem pela banda do baterista Kenney Jones, o fim e inúmeros retornos do grupo, o escândalo que envolveu Pete Townshend, quando foi acusado de pedofilia, a morte do baixista John Entwistle em 2002, a tragédia de Cincinnati quando morreram 11 fãs pisoteados antes de um show do grupo em 1979, etc... Amazing Journey é sério e focado e apesar de um ou outro desvio na terra dos mitos que cercam a banda, cumpre bem o papel de mostrar os caóticos 45 anos de existência do The Who. Algumas das melhores cenas: Roger Daltrey enfezado jogando o microfone fora e dando as costas para o grupo num show em 1965 e Keith Moon loucão nos anos 70, dando vexame no palco, até que Pete Townshend aparece para conter o maluco. Os featurettes do segundo disco, chamados Six Quick One, são bem informativos. Para os arquivistas, a maior surpresa é a aparição em filme de duas músicas gravadas no Railway Hotel em 1964, quando a banda ainda se chamava High Numbers e vivia a essência do universo mod.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

NOVOS BAIANOS POR MORAES



O interesse pelos Novos Baianos não diminui. Por isso é interessante conferir o livro A História dos Novos Baianos e Outros Versos, escrito nada menos do que por Moraes Moreira, que está saindo pela Língua Geral Editora. O músico, que foi integrante da trupe responsável pelo antológico disco Acabou Chorare, concebeu um livro interessante, onde narra a saga dos Novos Baianos através de redondilhas, igual a literatura de cordel. Além de fotos raras e históricas, a obra têm ilustrações do artista plástico Romero Cavalcanti. E tem mais: o livro vem acompanhado de um CD, onde o cantor narra a história dos Novos Baianos, mas com intervenções musicais feitas pelo próprio Moraes e seu filho David. Moraes esteve em São Paulo para lançar o livro e até fez um showcase na Livraria da Vila, no bairro dos Jardins. No Rio, o lançamento aconteceu na Modern Sounds.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

GROOVE E BOSSA DE BEBEL




BEBEL GILBERTO
VIA FUNCHAL - 06/12


Depois da maratona da Agenda Bossa Nova, fui conferir a badalada nova tour de Bebel Gilberto. A filha de João Gilberto e Miúcha lançou recentemente o CD Momentos e essa tour já passou pelos Estados Unidos e Europa. É um show interessante, embora não necessariamente obrigatório. O mais engraçado é que alguns desavisados compareçaram ao Via Funchal pensando que iriam assistir a uma performance “banquinho e violão”! Bem, bossa nova é apenas um ingrediente na música de Bebel, que segue os rumos do beat eletrônico, world music e groove. A exótica presença de palco de Bebel ajuda a compensar a monotonia de alguns momentos. E vale destacar a competente banda de Bebel, que inclui Masaharu Shimizu (guitarra), Guilherme Monteiro (guitarra), Jorge Continentino (sax, flautas), Mauro Refosco (percussão) e Davi Vieira (percussão). No repertório, as inéditas “Os Novos Yorkinos”, “Momentos” e “Cadê Você?”, além de releituras para “Aganju”, ‘River song’” e “Baby”, que ela tinha gravado em seus discos anteriores. Ainda teve um “Night And Day” misturado a “Águas de Março” e um bis com “Samba da Benção”, o que mais perto que se chegou a bossa convencional.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

AGENDA BOSSA NOVA - TOM JAZZ - PARTE 1












Eu acompanhei o Projeto Agenda Bossa Nova, que aconteceu nos meses de setembro a novembro no Tom Jazz. Infelizmente não assisti aos shows de Carlos Lyra (que teve inclusive a participação do showman Luiz Carlos Miele) e o de Alaide Costa. Mas vamos a um pequeno resumo do que rolou. No dia 5/10 teve Patti Ascher, que lançou o CD Bacharach Bossa Club (Albatroz), onde canta o repertório do Burt Bacharach em ritmo de bossa. Patti pecou por uma certa insegurança. Errou algumas letras e mostrou equivoco na escolha da ordem das canções. Os pontos positivos: a voz de Patty é extremamente agradável e ela não procurou imitar divas do universo de Bacharach como Dusty Springfield e Dione Warwick. A respeito de Leny Andrade (12/10), nenhum problema. A voz da veterana ainda está em forma (ela ainda faz os esperados scats) e o line up das canções não deixou a desejar. Isto sem contar os deliciosos causos do começo da bossa e a emocionante homenagem a Tom Jobim - Leny cantou na missa de sétimo dia do maestro em Nova Yorque. Quanto ao show do Marcos Valle (9/11), voltamos aquele velho problema. Ele tem o show montado para o público japonês e europeu e assim deixa um monte de hits de fora. Sem contar que abre muito espaço para sua mulher, a vocalista Patricia Alvi. No Tom Jazz, ele nem se deu ao trabalho de tocar "Mustang Cor de Sangue", "Viola Enluarada" e "Preciso Aprender a Ser Só". Já os temas que ele compunha para os programas da TV Globo nos anos 70, nem pensar. O show é muito calcado no seu trabalho atual e metade da performance trouxe canções do CD Jet Samba, lançado em 2005 pela Dubas. A banda de Valle é excelente (destaque para o baterista Carlos Massa) e ele ainda está cantando bem. Mas Marcos precisa ver que um show também é espetáculo. Tudo bem que ele não quer entrar num entrar num lance de nostalgia, mas muita gente acabou se decepcionando pela falta de músicas conhecidas.

AGENDA BOSSA NOVA - TOM JAZZ - PARTE 2




O show seguinte reuniu Wanda Sá e Roberto Menescal, no dia 16/11. Com tanto tempo se apresentando juntos, Wanda e Menescal apresentam um entrosamento perfeito. O tempo não alterou a voz de Wanda e Menescal mostrou toda sua técnica na guitarra elétrica -logo se percebe que seu grande ídolo foi o guitarrista de jazz americano Barney Kessell. E no repertório, só clássicos: "O Barquinho", "Chega de Saudade" e muitas outras. No dia 23/11 foi a vez do grande Pery Ribeiro, certamente o intérprete mais negligenciado dessa terra. Felizmente o homem que lançou "Garota de Ipanema" resistiu a tentação da "síndrome de Emilio Santiago" e descartou teclado de churrascaria e repertório brega. Em sua apresentação, Perry foi acompanhado por um trio de jazz e caiu matando em canções de autoria de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e Menescal, Edu Lobo e Marcos Valle, além de prestar uma homenagem aos papas da pilantragem Tibério Gaspar e Nonato Buzar e ao seu pai, o mestre Herivelto Martins. Nota 10 para o Pery!! O projeto encerrou com o show do grupo Os Cariocas (30/11). Da formação original só está o pianista e vocalista Severino Silva, mas a tradição segue com os outros integrantes, que são Eloi Vicente (violonista, quarta voz e solos vocais), Neil Teixeira (baixista e terceira voz) e Hernane Castro (baterista e segunda voz). O repertório foi ortodoxo, abrangendo clássicos como “Só Danço Samba”, “Samba do Avião” e “Devagar com a Louça”. A única concessão “moderna” foi uma versão a capela para “Descobridor dos Sete Mares” de Tim Maia. Ao lado de Pery, foi o melhor do projeto. No ano seguinte, quando serão comemorados os 50 anos da bossa nova, essa trupe toda deve se reunir o rodar o Brasil em shows especiais. É esperar!




Trechinho de Os Cariocas cantando "Eu preciso aprender a ser só".

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

BONZOS AHOY!



Para mim, a grande volta do ano é a do Bonzo Dog Doo-Dah Band, simplesmente maior banda satírica de todos os tempos. Criado na metade dos anos 60 em Londres, os Bonzos juntavam vaudeville, comédia e rock psicodélico e foram precursores do Monty Python. Para que não sabe, Eric Idle, Michael Palin e Terry Jones trabalharam com a banda no programa infantil Do Not Adjust Your Set. Liderado por Neil Innes (criador dos Rutles) e Vivian Stanshall, o grupo colocou nas paradas o grande hit “I´m The Urban Spaceman”, produzido por Paul McCartney – o Bonzo, como muitos sabem, até participou do filme Magical Mystery Tour dos Beatles. Na verdade, os Bonzos reformaram no ano passado para comemorar os seus 40 anos de existência, juntando integrantes de todas as sua fases, mas, obviamente, sem o anárquico Stanshall, falecido em 1995. Em 2006 eles fizeram um série de shows muito bem recebidos e neste ano resolveram gravar um novo álbum, o primeiro de inéditas desde Let´s Make Up and Be Friendly, de 1971. Pour L'amour Des Chiens sai no começo de dezembro e têm como pontos altos um versão de “I Predict a Riot” do Kaiser Chiefs e outras pérolas como “Stadium Love”, Let's All Go To Mary's House”, “Old Tige” e a sintómática “We´re Back”. Ainda vem com um DVD bônus. E tem mais: a EMI inglesa também acabou de relançar os cinco álbuns de estúdio dos Bonzos, todos eles remasterizados e com as devidas faixas bônus. Os discos são Gorilla (1967), The Dougnhout in The Granny’s Greenhouse (1968), Tadpoles (1969), Keyshan (1969) e Let´s Make Up and Be Friendly (1971).

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O HOMEM DE PRETO NA TV




Há quase 20 anos eu consegui um VHS contendo imagens de um programa de TV apresentado pelo astro country Johnny Cash. Lá havia material raro de Bob Dylan, Joni Michell, Creedence Clearwater Revival, Guess Who, Neil Young, James Taylor e até Monkees. Depois descobri detalhes sobre este programa de TV de Johnny Cash. Ele foi ao ar na rede ABC no período de 7 de junho de 1969 a 31 de março de 1971. Considerado um marco cultural, o Johnny Cash Show inovou ao juntar a tradição da música country com o novo rock que estava surgindo nos anos 60. Os participantes regulares do programa eram a Carter Family (incluindo June Carter, esposa de Cash), Carl Perkins, The Statler Brothers, o grupo de apoio The Tennessee Three, com direção musical de Bill Walker. E toda a semana Cash recebia nomes como os citados acima e muito mais. Agora que o “homem de preto” é novamente uma figura cult, nada mais natural do que o resgate de seu antigo programa. A Sony/BMG acabou de soltar no mercado americano The Best of Johnny Cash, um DVD duplo contendo várias perfomances do programa. Claro, tudo o que esta lá é excepcional, mas é muito pouco se levarmos em conta que a série teve 58 episódios. Alguns sites que trabalham com pirataria estão vendendo todos os programa abrigados em nada menos que 30 DVDs. Uma pena que o lançamento oficial dê apenas um gostinho da maravilha que foi o Johnny Cash Show.

PACOTE DO QUEEN



O Queen ainda é uma das vacas leiteiras do mercado fonográfico. Além de ser uma das bandas com maior número de itens colecionáveis, o Queen também é alvo de compilações e material reciclado. Os mais novos produtos que chegam às lojas são a coletânea Collection (Som Livre) e o DVD Rock Queen Montreal (ST2/Eagle). O CD quebra o galho para quem não tem nada da banda, dando uma boa geral na carreira da turma liderada pelo vocalista Freddie Mercury. Já o DVD duplo contém material já lançado antes, mas é bom ter estes shows remasterizados em apenas um pacote. O disco 1 vem com um show gravado nos dias 24 e 25 de novembro de 1981 no Forum de Montreal (Canadá). É basicamente a atuação que os brasileiros assistiram neste mesmo ano, apenas alguns meses antes. A performance não tem muitas firulas e se apoia nas canções do extremamente bem sucedido álbum The Game. No segundo DVD está a histórica apresentação da banda no Live Aid, que aconteceu no dia 16 de julho de 1985, no Estádio de Wembley (Inglaterra). Este disco tem como bônus os ensaios e a participação do Queen no programa FM Magazine em 1982.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PARA LEMBRAR OTIS


A produtora Reelin’ in The Years é uma footage house, ou seja, uma empresa que detém os direitos sobre centenas de programas de TV dos quatro cantos do mundo. Neste últimos anos eles produziram vários DVDs focalizando astros da Motown (Smokey Robinson & The Miracles, Marvin Gaye, The Temptations, etc...) e a aclamada série American Folk Blues Festival. Agora, para marcar os 40 anos da morte do lendário soulman Otis Redding, que vai acontecer no dia 10 de dezembro, eles vem com o DVD Dreams To Remember: The Legacy of Otis Redding. Já estou com o material e posso dizer que o título segue o mesmo padrão de outros títulos da RITY. Ou seja: indispensável. Som e imagens foram remasterizados e a maioria das cenas não via a luz do dia desde os anos 60. As músicas são:
Pain In My Heart (1965) Mr. Pitiful (1965) Just One More Day (1965) I Can't Turn You Loose (1966) I've Been Loving You Too Long (1967) Satisfaction (1967) My Girl (1967) Don't Mess With Cupid (1966) Any Ole Way (1966) My Lover's Prayer (1966) Fa-Fa-Fa-Fa-Fa (Sad Song) (1967) Tramp (1967) Shake (1967) Glory Of Of Love (1967) Try A Little Tenderness (1967) Respect (1967) (Sittin' On) The Dock Of The Bay (novo vídeo feito por Bob Sarles da Ravin' Films)
Lá fora o DVD saiu pela Universal/Stax, mas é pouco provável que ganhe um lançamento por aqui, embora tenha legendas em português (!)