REGISTRO IMPERDÍVEL

No final de 2007, o trio The Police esteve na América do Sul e lotou o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Sting (baixo, vocal), Andy Summers (guitarra) e Stewart Copeland (bateria) também passaram por Buenos Aires e aproveitaram para registrar tudo. É que pode ser visto no DVD The Police - Certifiable, que sai pela Arsenal. O pack também vem com o registro em áudio. È uma verdadeira avalanche de grandes hits, incluindo “Every Little Thing She Does Is Magic”, “Every Breath You Take”, “Roxanne”, “Message In a Bottle”, “Wrapped Around Your Finger”, “De Do Do Do, De Da Da Da” e muitas outras.

BURT BACHARACH NA AUSTRÁLIA

No ano que vem, o maestro, compositor, produtor e pianista Burt Bacharach deve vir ao Brasil para uma série de shows. Bacharach, que recentemente completou 80 anos, vem sendo alvo de inúmeras homenagens e para marcara a ocasião saí o CD Live at the Sydney Opera House (Verve/Universal). Aqui tem praticamente tudo de importante que Bacharach gravou ao longo de seus quase 50 anos de carreira. Várias canções estão dispostas no formato de medley. Burt Bacharach, seus cantores e uma imponente orquestra executam grandes clássicos, a maioria parceria de Bacharach e seu parceiro, o letrista Hal David. Dentre as canções estão “Close To You”, “Raindrops Keep Falling On My Head”, “I Say a Little Prayer”, “Wives and Lovers”, “Alfie”, “The Look Of Love” e muitas outras. Em breve este concerto também deve ser disponibilizado em DVD.

TODOS OS ACORDES DE CACAU

Aos poucos o cantor, compositor, poeta e artista plástico Cacau Brasil vem conseguindo mostrar sua proposta musical, que pretende dar uma geral nos sons regionais do Brasil. Ele nasceu em Mina Gerais, foi criado no Ceará, ams estudou e morou muito tempo em São Paulo. Isso ajudou muito em seu ecletismo sonoro. Cacau agora está lançando seu mais novo trabalho, chamado Acordes Pro Mundo. Está saindo em CD e DVD pela Som Livre e foi gravado no Centro Cultural Dragão do Mar, Fortaleza, em agosto de 2007. O material em dois convidados muito especiais: Alceu Valença e Flávio Venturini. “Eu era fã e fiquei amigo deles. Foi uma grande honra tê-los participando”, falou Cacau. Também participam o Balé Oficial da Macedônia e os senegaleses Cherifo Sisokho e Alboury Dabo. Dentre as canções, destaque para a regravação de “Pavão Mysterioso" (de Ednardo). Outras faixas são “Flor no Cabelo”, “Imaginário", “História Linda”, “Me Domina” e “Misterioso Tempo do Desejo”. Cacau, que em seus dez anos de carreira já se apresentou nos Estados Unidos e Europa (incluindo o Festival de Montreux na Suiça), agora pretende correr o Brasil com o show.

RARIDADES DE DYLAN

Para muitos, Bob Dylan renasceu artisticamente no final dos anos 90, quando lançou álbuns muito elogiados como Oh Mercy, Time Out Of Mind e Modern Times. O CD duplo Tell Tale Signs - The Bootlegs Series, Vol 8. (Sony/BMG) tem muita coisa rara de Dylan que foi lançada no período 1989-2006. São takes alternativos, demos, canções que só saíram em trilhas sonoras e material ao vivo. Tudo bem, a voz de Dylan se tornou um frangalho nestes últimos anos, mas pelos menos o material compensa. Dentre as faixas, “Dignity”, “God Knows”, “Born In Time”, “Miss The Mississipi” e muitas outras.

NOVA RC NAS BANCAS

A mais nova edição da revista inglesa Record Collector (dezembro 2008) já pode ser encontrada em bancas de jornal e lojas que trabalham com publicações importadas. Na capa está o grupo britânico Pink Floyd. A RC destaca os compactos do Pink Floyd que são cobiçados pelos colecionadores em todo o mundo – muitos deles valem uma pequena fortuna. E tem mais Pink Floyd. A publicação também traz uma matéria sobre Atom Mother Heart, um dos mais célebres álbuns do grupo. Outros destaques da RC são Mick Fleetwood (baterista do Fleetwood Mac), os 25 anos do grupo The Smiths, o soulman Salomon Burke, capas de discos feitas por Andy Warhol e muito mais.
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R.E.M. - IMPECÁVEL

R.E.M.
Via Funchal/SP
10/11/2008
Não é nenhum exagero dizer que o show do R.E.M. foi perfeito. Mas foi o que aconteceu na apresentação do grupo oriundo do estado da Georgia, na Via Funchal, nesta última terça-feira. Michael Stipe (vocal), Mike Mills (baixo), Peter Buck (guitarra) e seus músicos de apoio demonstraram energia de garotos de 18 anos e prenderam a atenção do público por quase duas horas. Stipe e é um frontman sem igual. Ele está cantando melhor do que nunca e foi de uma simpatia natural, sem nunca forçar a barra. Entre as músicas, Stipe teceu comentários sobre a recente eleição nos EUA, depositando muita fé em Barack Obama. A apresentação teve hits de montão: “Everybody Hurts”, “Imitation of Life”, “Orange Crush”, “Man On The Moon”, “It's the End of the World As We Know It”, “The One I Love”, álem de canções de Accelerate, o mais recente CD da banda. Show do ano, disparado.

BEATLES + CIRQUE DU SOLEIL

Um dos grandes sucessos dos últimos tempos foi o espetáculo Love, do Cirque du Soleil, que utilizava as canções dos Beatles. O show estreou em 2006 em Las Vegas e multidões foram para lá assistir. A saga de como os Beatles e o Cirque du Soleil juntaram forças é o foco do documentário All Together Now, que sai em DVD pela EMI. Aqui é mostrado como tudo começou, passando pela negociações, produção, ensaios e chegando até o resultado final. Paul McCartney, Ringo Starr, Olivia Harrison (viúva de George Harrison) e Yoko Ono, representando o seu falecido marido John Lennon, falam um pouco como tudo aconteceu. George Martin o produtor dos Beatles, também comenta sobre como foi adaptar a música do grupo de Liverpool para o show. Dirigentes do Cirque du Soleil e membros do elenco também são entrevistados.

OS ETERNOS FOUR TOPS

Há algumas semanas faleceu Levi Stubbs, o lendário vocalista do grupo Four Tops. Por coincidência estava sendo preparado o DVD Reach Out (Motown/Universal), contendo performance históricas do Four Tops realizadas para programas de TV dos EUA e no resto do mundo todo durante o período áureo do grupo, que foi 1965-73. Além de Levi Stubbs, também faziam parte do grupo os também falecidos Renaldo "Obie" Benson e Lawrence Payton. Abdul "Duke" Fakir é o único sobrevivente da formação clássica e ele segue na ativa com sua versão do Four Tops. Todo o material do DVD foi digitalmente retrabalhado. Som e imagens estão simplesmente espetaculares. Dentre as faixas estão grandes clássicos como “Baby I Need Your Loving”, “I Can't Help Myself”, “It's The Same Old Song”, “Reach Out I'll Be There”, “Bernadette”, etc... São no total 22 performances.

DOBRADINHA INDIE

Aproveitando a passagem por aqui no próximo sábado dos grupos Bloc Party e Foals, a gravadora Warner coloca em nosso mercado discos destas bandas, cujo som recicla influências de anos 80. Bloc Party e Foals tocam no Festival Planeta Terra, que acontece na Vila dos Galpões, zona sul de São paulo. O álbum Intimacy, o terceiro do Bloc Party, acabou de sair e traz novas canções da banda liderada pelo vocalista Kele Okereke. Dentre elas, “Trojan Horse", "Signs", "One Month Off". Já Antidotes, o CD de estréia do Foals, foi lançado lá fora em março deste ano, mas ainda era inédito por aqui. O primeiro trabalho desta banda indie da Inglaterra que é muito influenciada por Talking Heads e outros nomes dos anos 80, destacou canções como "Balloons", "Cassius" e "Red Socks Pugie".

MAIS HITS DO QUEEN

Daqui há algumas semanas, Brian May, Roger Taylor e o vocalista Paul Rodgers vão estar aqui no Brasil para uma série de shows, como nome Queen + Paul Rodgers. Aproveitando o ensejo, a Som Livre solta Queen Collection 2. O primeiro volume, lançado no final do ano passado, vendeu bastante para justificar esta continuação. Como os megahits estavam no outro disco, aqui estão incluídas canções comparativamente mais obscuras, mas mesmo assim, de excelente qualidade. Mas têm muita coisa que os fãs lembram como “Friends Will Be Friends”, “Who Wants To Live Forever”, “You're My Best Friend”, “Fat Bottomed Girls”, “Save Me”, “It's a Hard Life”, “Killer Queen”, “Keep Yourself Alive” e “Play The Game”.

CREEDENCE EM EDIÇÕES NACIONAIS

A Universal Music disponibilizou em edições nacionais os CDs remasters do Creedence Clearwater Revival, lendária banda americana formada por John Fogerty (vocal, guitarra solo, composições), Tom Fogerty (guitarra-base), Stu Book (baixo) e Doug Clifford (bateria). Os títulos estão saindo do mesmo jeito que as edições importadas. Os discos são: Creedence Clearwater Revival (1968); Willy and the Poor Boys (1969); Cosmo's Factory (1970) e Pendulum (1970). Mardi Gras (1972) Live in Europe (1973, ao vivo) e The Concert (1970, ao vivo) até agora não entraram na série. Todos os discos vêm com faixas-bônus e libreto informativo.

OS ANOS DE OURO DE MICHAEL

Há pouco tempo a Som Livre lançou uma compilação de Michael Jackson focalizando o melhor de discos como Off The Wall, Thriller, Bad e Dangerous. A Universal Music coloca no mercado com um pouquinho de atraso mais um produto para marcar os 50 anos de Michael. Trata-se da coletânea Michael Jackson & Jackson Five - The Motown Years. É um CD triplo, sendo dois com faixas do Jackson Five e o terceiro somente com canções da fase solo de Michael, que na verdade ele desenvolvia paralelamente ao grupo que mantinha com seus irmãos nos anos 70. Nos dois primeiros CDs estão grandes hits como “ABC”, "Goin´' Back To Indiana", “I Want You Back”, “I´ll Be There”, “Dancing Machine”, etc... Os destaques do terceiro CD são “Ben”, “Happy”, “Music and Me”, “One Day in Your Life” e outras.

THE CLASH AO VIVO

O extinto grupo inglês The Clash ainda é uma forte influência no rock moderno. Por isso sempre é bom ouvir material raro e inédito da banda. Mick Jones, Joe Strummer, Topper Headon e Paul Simonon, integrantes do seminal grupo punk, podem ser ouvidos no CD Live At Shea Stadium que sai pela Sony/BMG. O disco foi gravado no Shea Stadium, em Nova Yorque no dia 13 de outubro de 1982 e o quarteto detona clássicos como “Rock The Casbah”, "London Calling”, "Police On My Back", "Guns Of Brixton", "Should I Stay Or Should I Go" e outras. Além de ser um importante documento histórico, este CD é uma autêntica aula de rock.

LEGRAND, O MAGNÍFICO

MICHEL LEGRAND
29/10/2008
VIA FUNCHAL/SP

O pianista e compositor francês Michel Legrand esteve novamente no Brasil esta semana. O show foi relativamente informal e teve uma verve mais jazzistíca. Legrand foi acompanhado por Sérgio Barroso (baixo acústico) e Kiko Freitas (bateria) e não deixou de fora suas canções mais conhecidas, incluindo vários temas de filme como “The Summer Knows” (Houve uma Vez um Verão), “I Will Wait For You” (Os Guarda-Chuvas do Amor), “You Must Believe In Spring” (Duas Garotas Românticas), “The Windmills of You Mind” (Crown, o Magnífico), etc... Ele tocou “Watch What Happens” (também de Os Guarda-Chuvas do Amor) duas vezes. Uma, imitando o estilo de grandes pianistas de jazz como Duke Ellington, Count Basie, Art Tatum, Dave Brubeck, etc... Na outra foi acompanhada pela cantora brasileira Patty Ascher que, inclusive, abriu o show. Sem dúvida, um noite agradável e repleta de música de primeira.

HITMAKERS RELANÇADOS

Por uns quatro ou cinco anos, Gary Puckett & The Union Gap dominaram as paradas mundiais. A voz privilegiada de Puckett e a excelente produção de seus discos garantiram o êxito de várias power ballads no período 1967-71. Muita coisa de Pucket já tinha saído antes, mas agora gravadora inglesa BGO coloca num único CD dois discos que ainda não tinham feito seu debut digital: The New Gary Puckett & Union Gap Album, de 1970 e The Gary Puckett Album, de 1971. O primeiro tem “This Girl Is A Woman Now” e “My Son” e outro destaca “Gentle Woman” e “Angelica”. O lançamento é recheado de faixas bônus. E Gary Puckett, para quem não sabe, ainda se encontra na ativa.
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OS BASTIDORES DE EXILE

O livro Uma Temporada no Inferno com os Rolling Stones, que está saindo pela editora Zahar, é uma descrição da gravação do álbum Exile on Main Street, lançado em 1972 e considerado um dos melhores discos do grupo comandado por Mick Jagger e Keith Richard. A obra foi escrita por Robert Greenfield, ex-editor da revista Rolling Stone. Ele passou um tempo lá no verão de 1971 e conta como os Stones conviveram com uma profusão de sexo e drogas num lugar chamado Villa Nellcote, localizado no Sul da França. Mas por lá também passaram visitante ilustres como John Lennon, Yoko Ono e Graham Parsons (The Byrds). Vale não só pela lado mais picante, mas também para saber mais sobre canções clássicas como “Happy”, Tumbling Dice” e muitas outras.

JOHNNY CASH E A AMÉRICA

O cantor e compositor Johnny Cash (1932-2003) foi uma figura única na vida cultural americana. Sua música e imagem tinham um forte apelo junto a jovens, idosos, patriotas, rebeldes, religiosos, conservadores, pregadores, condenados e liberais. O excelente documentário Johnny Cash's America dá uma olhada nos 50 anos de carreira de Cash, situando o artista no contexto cultural dos Estados Unidos. O pack, com um CD e DVD está sendo lançado pela Sony/Legacy. O documentário é narrado pelo ator Chris Cooper e tem entrevistas com Al Gore, Bob Dylan, Snoop Dogg, Sheryl Crow, John Mellencamp, Tim Robbins e outros. E na parte musical, Cash interpreta canções imortais como “Folson Prison Blues”, “Big River”, “I Walk The Line”. “Man In Black”, etc...

AC/DC EM DOSE DUPLA

Depois de oito anos sem lançar nada de novo, o grupo australiano AC/DC volta com um novo trabalho de estúdio. Black Ice traz o som pesado de sempre, com a guitarra de Angus Young adornando boas canções como “Rock’n’Roll Train”, “War Machine” e “Stormy May Day”. Aproveitando o embalo, a Sony/BMG disponibiliza o DVD No Bull, agora em nova edição, repleta de bônus. O show, que foi gravado há mais de dez anos na Espanha, traz a banda detonando clássicos como “Back In Black”, “Whole Lotta Rosie”, “Let There Be Rock” e “Highway To Hell”.

MICHAEL PARA BRASILEIROS

Michael Jackson pode estar meio por baixo, mas sempre vai ter gente se interessando por seus antigos hits. Então, que não tem nada dele em casa agora ganha mais uma opção. É Brazilian Colllection, que sai pela Som Livre. A novidade é que o CD tem um repertório escolhido pelos fãs brasileiros em agosto deste ano, mês que o ex-rei do pop completou 50 anos de idade. Dentre as músicas, grandes clássicos como “Bilie Jean”, “Thriller”, “Beat It”, “Rock With You”, “Bad”, “Say Say Say” (com Paul McCartney),etc... O CD encerra com dois remixes desnecessários para “I Wanna Be Startin’ Somethin’ ” e “The Girl is Mine”.

B. B. KING AINDA NA ATIVA

Quando o bluesman B.B. King completou 80 anos, muitos pensavam que ele iria se aposentar de vez –sua última tour foi até considerada “a de despedida”. O bom que pelo menos no estúdio o Rei do Blues ainda mostra que não que não pretende parar. One Kind Favor (Geffen/Arsenal), seu mais recente CD, não vai decepcionar. Ele escolheu um repertório de clássicos incluindo canções de Big Bill Broonzy (“Backwater Blues"), Lonnie Johnson ("Tomorrow Night"), Blind Lemon Jefferson (“See That My Grave Is Kept Clean"), T-Bone Walker ("I Get So Weary"). Com produção de T Bone Burnett e participação de Dr. John (piano), Jim Keltner (bateria) e Nathan East (baixo), King e sua fiel guitarra Lucille tiveram chance de se esbaldar em One Kind favor.

A INTIMIDADE DE LÔ

Um dos grandes nomes do Clube da Esquina, o mineiro Lõ Borges tem agora seu primeiro DVD lançado. Intimidade (Som Livre) foi gravado em Belo Horizonte, um misto de documentário com performances ao vivo. Ele traz cenas de um show intimista onde interpreta seus maiores sucessos para um seleto grupo de fãs. E como já entrega o título, o DVD mostra músico em casa, com a família, passeando com os filhos, no estúdio com Samuel Rosa, etc.. O cotidiano de Lô é revelado através de entrevistas e depoimentos em tons informais. Dentre as músicas, inúmeros clássicos como O Trem Azul”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Clube da Esquina”, “Para Lennon e Mccartney”, etc.. Sai também em CD.

KINGS MUDAM O SOM

O Kings Of Leon foi vendido como uma banda com raízes sulistas e pé na country music. Mas quem viu o grupo em 2005 no Tim Festival não notou nenhuma dessas influências. Mas agora que lança o quarto CD, chamado Only By The Night (Sony/BMG), o quarteto formado pelos irmãos Caleb, Nathan e Jared Followill (mais o primo Matthew Folowill) mostra que eles cada vez mais ouvindo coisas contemporâneas de pós punk e indie rock. É um disco mais soturno, menos “pra cima”, com faixas interessantes como “Use Somebody", "Sex On Fire" (o single do CD) e “Crawl”.

BRIAN WILSON NÃO DECEPCIONA

Já está nas lojas brasileiras That Lucky Old Sun (Capitol/EMI), novo e esperado CD do ex-Beach Boy Brian Wilson. E desta vez o cantor e compositor acerta o passo. O disco, que é uma homenagem a Califórnia, seu estado natal e fonte de inspiração, não enjoa e vai direto ao ponto. Se os tempos fossem outros, estas melodias poderiam estar no topo da parada da revista Billboard. A faixa título é aquela mesma, imortalizada nos anos 40 por Frankie Laine e regravada por tantos outros, como por exemplo, Ray Charles. Fanáticos por Brian vão adorar “Good Kind Of Love”, "Forever She'll Be My Surfer Girl", “Mexican Girl”, “Going Home e “Southern California” e outras novas criações do mestre da canção da Califórnia.

JAZZ DE PRIMEIRA

O americano Bill Frisell é um dos grandes guitarristas do jazz contemporâneo, Ele vem gravando com regularidade desde o fim dos anos 80 e agora aparece com mais um disco bastante elogiado. No CD duplo History, Mystery (Nonesuch/Warner) ele comanda um octeto que inclui ele próprio e outros grandes músicos como Ron Miles (trompete), Greg Hardy (saxofone), Jenny Schienman, Eyvind Kang, Hank Roberts (cordas), Tony Scherr (baixo) e Kenny Wollesen (bateria). Todos tem oportunidade de brilhar, mas a coesão é que chama atenção no trabalho. As canções são atmosféricas e até parecem trilha de alguma peça ou programa de rádio. Faixas como "Baba Drame", "A Change Is Gonna Come", "Struggle" e "Waltz For Baltimore". não vão deixar decepcionados quem curte o jazz que se faz hoje em dia.

RC DESVENDA RARIDADES

A revista inglesa Record Collector já podes er encontrada nas bancas e livrarias que vendem publicações importadas. A capa da edição de novembro traz uma matéria especial mostrando os 200 álbuns mais raros e caros lançados na Inglaterra. Tem um pouco de tudo, mas já antecipamos o que lidera a lista: uma edição numerada de The Beatles, conhecido como White Album, LP duplo lançado pelo grupo de Liverpool em 1968. Segundo a revista, esta edição em particular do disco pode custar mais de 7 mil libras. Outros destaques da RC são matérias sobre o produtor Joe Meek, Peter Green (ex-líder do grupo Fleetwood Mac), o northern soul, o cantor e guitarrista Dr. John, etc... E ainda tem a sempre excelente seção de resenhas de livros CDs e DVDs.

BOSSA EM DOIS TEMPOS

A gravadora Dubas, que sempre faz um primoroso trabalho relançando bossa nova e afins, coloca no mercado mais dois títulos essenciais. Let's Walter Wanderley como já dá para perceber pelo nome, traz várias canções gravadas pelo organista e arranjador Walter Wanderley (1932-1986), que fez muito sucesso nos Estados Unidos nos anos 60. “Vivo Sonhando” (Tom Jobim), “Berimbau” (Baden Powell/Vinícius de Moraes), “Bicho do Mato” (Jorge Ben), “Samba de Verão” (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle), "Telefone" (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli), “Chove Chuva” (Jorge Ben) e “Você” (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli) são algumas das faixas incluídas. A Dubas também solta A Música de Edu Lobo por Edu Lobo, que saiu originalmente em 1965 pelo selo Elenco. Trata-se do primeiro trabalho do cantor, compositor e violonista Edu Lobo. O disco têm a participação do Tamba Trio e arranjos de Luizinho Eça (1936-1992), que era o pianista do grupo. Edu interpreta os chamados afros-sambas e ainda coloca no repertório uma ou outra canção de protesto. O álbum traz registros que ficaram muito conhecidos como “Canção da Terra” (Edu Lobo/Ruy Guerra), “Zambi” (Edu Lobo/Vinícius de Moraes), “Reza” (Edu Lobo/Ruy Guerra) e “Arrastão “ (Edu Lobo /Vinícius de Moraes), etc.. Os CDs foram resmasterizados e vem com um livreto informativo.

GOD SAVE THE KINKS!

Poucas bandas foram tão influentes ou consistentes como o The Kinks. Eles tiveram sua fase áurea nos anos 60, mas continuaram produzindo excelentes álbuns e canções até os anos 80. Ray Davies, líder, cantor e compositor, tinha um olho para a sátira social e como poucos soube tratar da sensibilidade pop da cultura inglesa. E seu irmão Dave Davies era uma cantor ocasional e seus solos de guitarra anteciparam o heavy metal. O britpop deve muito ao The Kinks. A caixa Picture Book (Sanctuary) que sai no fim do ano na Inglaterra, é a mais abrangente coleção do The Kinks já lançada. Com seis, CDs ela tem todos os clássicos do grupo, além de versões ao vivo, demos, mixagens alternativas, raridades e muito mais. “You Really Got Me”, “Dandy”, “Lola”, “Apeman”, “Waterloo Sunset”, “All Day And All Of The Night” e “Sunny Afternoon” são algumas das muitas pérolas incluídas.

OASIS MANTÉM CONSISTÊNCIA

O grupo Oasis já chegou naquele estágio de sua carreira onde não surpreende mais. Por outro lado, o grupo britânico mantém a consistência e qualidade de seus melhores trabalhos. É o que pode ser sentido em Dig Out Your Soul (Sony/BMG), o sétimo trabalho do grupo. Os irmãos Noel e Liam Gallagher, os pilares de sustentação da banda, podem ser problemáticos e encrenqueiros, mas se importam muito com o grupo que fundaram há 15 anos. A vida particular deles pode ter seus altos e baixos, mas eles procuram não deixar isso transparecer no acabamento final de seus discos, tanto na produção quanto na composições. É aquela coisa: eles continuam “roubando”, mas como sempre apelam para as melhores fontes. Então, fique a postos para decifrar nas faixas aquelas referências de Beatles pós 1966, John Lennon, glam rock, rock dos anos 70, música indiana, The Who, Doors, etc.. E o público ainda ama o Oasis: Dig Out Your Soul chegou ao primeiro posto da parada inglesa, mesmo com o disco já tendo vazado antes na internet. A maioria das canções é de Noel, destacando "Waiting for the Rapture",“The Shock of the Lightning", etc... “To Be Where There's Life" é do guitarrista Gem Archer, "The “Nature of Reality” foi escrita pelo baixista Andy Bell. Liam ficou com duas: “"Ain't Got Nothin'" e “Soldier On”. E na bateria, Zak Starkey, filho de Ringo Starr. Um dos melhores de 2008.

NO ESPÍRITO DA BOSSA

Dentre os inúmeros tributos que aconteceram para marcar os 50 anos da bossa nova, ocorreu a aguardada estréia do filme Os Desafinados, dirigido por Walter Lima Jr. O filme não é um musical e sim um drama, mas o surgimento da bossa nova é o ponto de partida para o desenrolar da trama. Ao invés de simplesmente usar um songbook das velhas canções em sua gravações clássicas, Wagner Tiso e Renato Terra, os responsáveis pela trilha, decidiram usar várias canções feitas especialmente para o projeto ao lado de standards do gênero, mas em novas versões instrumentais. Jair Oliveira, que tem um papel no filme, fica com “Eu Também Tive Um Sonho”. Rodrigo Santoro solta a voz em “Miranda”. Bianca Lima, que dubla Claudia Abreu, fica com “Meditação”, “Caminhos Cruzados” e “Mente Pra Mim”. O fictício grupo Os Desafinados, criado para o filme, interpreta “Quero Você”. O Quarteto Jobim-Morelembaum fica com “Ela é Carioca” , Eumir Deodato executa “Insensatez” e Wagner Tiso se ocupa dos temas incidentais. Vale a pena. O CD sai pela gravadora Dubas.

O ETERNO ROY ORBISON

Ninguém se esquece do grande Roy Orbison (1936-1988). O cantor e compositor foi uma das grandes vozes do século 20. Roy começou cantando rockabilly no Texas, esteve na lendária Sun Records, mas realmente virou uma lenda quando começou a gravar baladas dramáticas na gravadora Monument nos anos 60. Ele ficou meio esquecido duraante a década de 70, mas nos anos 80 foi reconhecido por uma nova geração, principalmente por causa do hit “You’ve Got it” e sua participação no supre grupo Traveling Wilburys. Existem inúmeras compilações de Roy Orbison, mas a caixa The Soul of Rock And Roll (Sony/BMG), lançada para marcar os dez anos de sua morte, é valiosa por dar uma geral na obra de Roy, incluindo fonogramas de todas as gravadoras por onde eles passou em seus 25 anos de carreira. No pacote estão clássicos como “Ooby Dooby”, “Running Scared”, “Only The Lonely”, “It’s Over”, “Oh! Pretty Woman” e muitos outros.

CANTORAS NO TOPO

Dois bons títulos focalizando vozes femininas bem distintas estão sendo lançados no Brasil. The Moment é o sexto trabalho de Lisa Stansfield, cantora inglesa que fez seu nome com música dançante e soul, flertou com o jazz e que parece ter fincado o pé no pop adulto sofisticado. O disco, que sai pelo selo LAB 344 (distribuição Som Livre), foi produzido por Trevor Horn e tem como destaques faixas como “When Loves Break Down” (original do grupo Prefab Sprout), “Take My Heart”, “Treat me Like a Woman” e “The Moment”. A americana Stacey Kent também lança seu sexto CD, chamado The Boy Next Door. A cantora, uma das mais novas revelações do jazz, está confirmada para a vindoura edição do Tim Festival. Para este novo trabalho, ela resolveu ela regravar canções imortalizadas por Judy Garland como “The Boy Next Door” e “The Trolley Song”, além de clássicos de Cole Porter (“You’re the Top”), Irving Berlin (“Say It Isn’t So”), etc... Mas ela também mostra seu lado pop em “You’ve Got a Friend” (Carole King), “What The World Needs Now” (Burt Bacharach/Hal David) e “Bookends” (Paul Simon). Também sai pela dobradinha LAB 344/Som Livre).

MALLU NA RETA FINAL

O hype em torno de Mallu Magalhães ainda é intenso. Não é preciso ficar repetindo aqui maiores detalhes sobre garota paulistana de 16 anos fanática por Bob Dylan e folk rock e que conseguiu se tornar conhecida em menos de uma ano usando My Space, You Tube e outras ferramentas das internet. Mas agora está chegando o momento “convencional” da trajetória de Mallu. A garota concluiu seu disco de estúdio, que sai em novembro com produção de Mario Caldato Jr. e está gravando um DVD dirigido por Roberto Oliveira e que vai incluir cenas captadas em vários locais de SP e no RJ. Aqui em São Paulo, a gravação do show principal aconteceu na terça-feira, no Na Matta Café. A performance foi bem profissional, com Mallu sendo acompanhada habilmente por sua Ole Friendly Band. Ela alternou entre banjo, violão, gaita e escaleta e teve que driblar alguns problemas técnicos e um ligeiro nervosismo. Mas no final deu tudo certo, já que o show fluiu a contento e ela nem precisou repetir nenhuma canção. O show durou uma hora e pouco e incluiu “I Do Believe”, “J1”,“Don’t You Look Back” e “Get to Denmark”, além de algumas em português como a nova “O Preço da Flor” . O final ficou com o hit indie “Tchubaruba” e “Folson Prison Blues”, a canção de Johnny Cash que deu o ponta-pé inicial em sua carreira. Depois de tanta Mallu na internet e telefone celular, agora é esperar Mallu nas lojas!

POPULAR E ACÚSTICO

O tempo passa, vários nomes aparecem e desaparecem, mas o goiano Amado Batista continua com sua popularidade intacta. O cantor agora lança mais um CD e DVD. Amado Batista Acústico sai pela Sony/BMG. Ele está contente, já que retornou à gravadora onde ficou 14 anos: “Minha melhor fase foi na BMG, sem dúvida. Eu estava trabalhando de uma forma independente, mas quando eles me convidaram para fazer um acústico eu topei a hora”, falou. O disco, que foi gravado em agosto deste ano no Estúdio Mosh (SP), tem regravações de canções que ele registrou em diversas fases de sua carreira e quatro inéditas. O próprio Amado fala que um dos pontos altos do lançamento é “Amigo José”, uma canções que ele fez com Reginaldo Sodré e que homenageia o também compositor José Fernandes, que escreveu diversos hits para Amado. “Ele e o Sodré sempre foram meus parceiros musicais mais constantes. Por sorte o saudoso José deixou muito material inédito”, explicou. E para o projeto Amado convidou os amigos Fagner, Rosemary, Leonardo e Sergio Reis. “Todo mundo tem seus compromissos, mas demos um jeito e no final o pessoal conseguiu gravar suas participações especiais na boa”, falou. Importante: Amado segue com sua política de combater a pirataria e vai colocar CD e DVD com o preço mais baixo possível, além de vender o material em seus inúmeros shows pelo Brasil.

40 ANOS DE TOMMY JAMES & THE SHONDELLS

Uma das grandes bandas dos anos 60 foi Tommy James & The Shondells. Com o pé no bubblegun, no rock de garagem e no psicodelismo, Tommy James e os rapazes colocaram nas paradas músicas que são muito lembradas até hoje nas programações de flashback como “Hanky Panky”, “Mony Mony”, “Crimson And Clover”, “Mirage”, “I Think We’re Alone Now” e muitas outras. O próprio Tommy James se envolveu na produção do CD duplo 40th Years (1966 – 2006) ,que sai agora pelo selo especializado Collector´s Choice. Como dá para perceber, o disco foi feito para marcar os 40 anos da banda, mas houve um atraso em sua produção. Por isso ele está chegando ao mercado somente agora. A grande notícia para os colecionadores é que boa parte das músicas estão sendo lançadas em suas versões originais lançadas em single nos anos 60, muitas delas nunca antes disponibilizadas em CD.

RELANÇAMENTO PRECIOSO

Volta às lojas , agora em edição de luxo, o excelente Café Brasil, com o Conjunto Época de Ouro. O disco foi lançado originalmente pelo selo alemão Teldec, em 2001. O Conjunto Época de Ouro, que foi formado para acompanhar o mestre do chorinho Jacob do Bandolim, seguiu em frente depois da morte de seu líder em 1969. No começo desta década de 2000, os músicos sobreviventes foram reagrupados por Hildo Hora e entraram em estúdio para gravar com ilustres e talentos admiradores. O CD destaca Marisa Monte (em "Onde andarás", de Caetano Veloso e Ferreira Gullar), Paulinho da Viola ("Pastora dos Olhos Castanhos",), Martinho da Vila (em sua "Choro chorão"), Ademilde Fonseca ("Galo Garnizé", embolada de Luiz Gonzaga, Antonio Almeida e Miguel de Lima, adaptada para o universo do choro), Leila Pinheiro ("Jamais", de Jacob com letra de Luiz Bittencourt) e João Bosco ("Títulos de nobreza", dele e de Aldir Blanc). O disco também traz temas instrumentais que contam com a participação de grandes nomes como Altamiro Carrilho (flauta), Carlos Malta (saxofone), Sivuca (sanfona), Henrique Cazes (cavaquinho), etc... Sai pela Warner.