sexta-feira, 25 de abril de 2008

BLUES DE LANCASTER NA VIRADA


O cantor, compositor e guitarrista Lancaster, um dos mais conhecidos nomes do blues brasileiro, celebra 17 anos de carreira e lança neste sábado a coletânea Blues Journey, contendo material de seus quatro CDs solo. E a compilação tem duas faixas inéditas.. As novas composições são “Scrap Iron” e “Mysterious Eyes” e abrem este novo CD. O bom é que o show vai ser de graça, no Centro Cultural São Paulo, que fica na Rua Vergueiro, 1.000, no Paraíso. Acontece às 19h, na Sala Adoniran Barbosa. O show faz parte da programação da Virada Cultural. A Lancaster Blues Band é formada por Lancaster na guitarra, vocal e arranjos, Werner Argolo no piano, Flávio Naves no órgão Hammond, Luguta na bateria, Lu Ribeiro no baixo, Leandro de Lima no saxofone tenor e Júlio no trompete. Lancaster, que nasceu em Minas Gerais, foi criado no interior de São Paulo, mas morou muito tempo nos Estados Unidos, onde aperfeiçoou sua música. Ele iá gravou e se apresentou com o organista Deacon Jones e trabalhou como guitarrista do Crosby Tyler Quartet. O músico já tocou nos principais festivais internacionais de blues do Brasil - Nescafé & Blues, Bourbon Street Blues Festival, Natu Blues Festival, Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga e Fortaleza, Festival de Blues de Brasília, Oi Blues By Night de Recife, Sesc'n Blues de Ribeirão Preto, etc...

terça-feira, 22 de abril de 2008

STONES EM PALAVRAS



Uma boa surpresa nesta recente fornada de livros musicais é Sexo, Drogas e Rolling Stones, de José Emílio Rondeau e Nelio Rodrigues (Editora Agir, 330 páginas). O título é meio sensacionalista. Na realidade os autores não vão tanto a fundo nestes tópicos polêmicos. O que se tem aqui é um detalhado e bem documentado relato dos 45 anos de carreira da banda, dando ênfase na conexão Brasil/Stones. Nelio já tinha escrito um livro a respeito, chamado Os Rolling Stones no Brasil: do Descobrimento a Conquista (1968-99). E o conhecido Rondeau, stonemaniaco de carteirinha, chegou a entrevistar Keith Richards e cruzou com os Stones várias vezes. Assim, o livro está cheio de particularidades sobre as três vezes que a banda se apresentou no Brasil. A dupla de autores também documentou todas as vezes que os membros da banda pisaram em nossa terra, ou para passear ou então divulgar eventuais projetos solo. Mick Jagger é fã das coisas brasileiras – e isso não se refere apenas as mulheres. Eles sempre curtiu a música e as coisas exótica daqui, como macumba e sincretismo cultural. Não foi por acaso que ele escolheu o Brasil para gravar os clipes de seu primeiro álbum solo, She’s The Boss. Isto aconteceu no Rio de Janeiro, no final de 1984 e rendeu um interessante diário de bordo por parte dos autores. Recomendado.

domingo, 20 de abril de 2008

MONSIEUR AZNAVOUR



Eu confesso que nos anos 70, quando Charles Aznavour viveu seu apogeu comercial, não dava muita importância para ele. Mas, com o passar dos tempos, pesquisando e ouvindo melhor suas criações, percebi que o cantor/compositor/autor francês de ascendência armênia era mesmo um gigante em seu tempo. As composições de Aznavour trazem o melhor da canção francesa, que é romantismo existencialista. Depois de quase 15 anos sem pisar em nosso território, Aznavour, agora com 83 anos, esteve no Brasil novamente para uma série de apresentações. E era mesmo a última oportunidade já vê-lo, que esta é a sua Farewell Tour. Na coletiva de imprensa, Aznavour se revelou culto (mas modesto), prolíxo e no geral afável, sem apelar para falsa simpatia. Mas os seus shows, que aconteceram nos dias 17 e 18 de abril na Via Funchal (lotada, por sinal), fizeram diferença para quem acompanhou esta sua visita. Muitos roqueiros com metade da idade de Aznavour não têm a mesma vitalidade. A voz nunca fraqueja e ele nem precisou apelar para teleprompter para se lembrar das letras. Aznavour cantou, “intepretou”, dançou, enfim, fez tudo o que se espera de um showman de verdade. Ele e sua afiada banda relembraram todas aquelas músicas que marcaram décadas passadas como “La Mamma”, “Que C´est Triste Venise”, “La Bohéme”, etc... A única música que ele cantou em inglês foi o megahit “She”. Ao invés de “Yesterday When I Was Young”, ele optou por sua versão em francês, “Hier Encore”. E “Old Fashioned Way” também ficou na língua pátria de Aznavour. Para marcar a ocasião, a Som Livre soltou o CD Classic - Tour Brazil, uma boa compilação com 16 faixas. Mas um aviso: a versão de “She” não é a mais conhecida, cantada em inglês, mas sim a interpretada em francês, com o título “Tous Les Visages de L´amour”.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

OS BONS TEMPOS DO THE FACES





Em sua longa, variada e bem sucedida carreira, talvez a estrela de Rod Stewart nunca tenha brilhado tanto quanto na época em que era vocalista do The Faces. O grupo foi formado depois que Steve Mariott largou o Small Faces. Ronnie Laine (baixo), Kenny Jones (bateria) e Ian McLagan (teclados) então convocaram Rod Stewart e Ron Wood (ambos egressos do Jeff Beck Group) e com o nome abreviado para The Faces, o grupo se tornou uma das grandes atrações do rock inglês do começo dos anos 70. O quinteto excursionou incessantemente pela Inglaterra, Estados Unidos e Austrália. Naqueles tempos de hard, progressivo e glam, o The Faces manteve acesa a chama do rock descontraído, dançante e básico, com a influência da soul music e do R&B falando mais alto. Singles como "Three Button Hand Me Down", “You Wear it Well”, “Stay With Me” e “Cindy Incidentally" fizeram barulho nas paradas. O problema é que o mesmo tempo, Rod mantinha uma milionária carreira solo, que acabou ofuscando o que fazia no The Faces. O desiludido Ronnie Laine saiu em 1973 (em sua lugar entrou Tetsu Yamauchi) e dois anos depois seria vez de Ron Wood abandonar o barco para se juntar aos Stones. Com isso, o The Faces virou história. Mas em sua curta existência, o grupo deixou uma música duradoura capaz de fazer frente a produção até mesmo aos Rolling Stones. Vejam só: o pessoal do Sex Pistols considerava o The Faces um das poucas bandas decentes dos anos 70. A trajetória da banda pode ser checada no DVD The Best of Rod Stewart and The Faces, que sai pela gravadora Coqueiro Verde. Através de cenas raras de arquivo, toda a saga do The Faces é revivida. Além as canções já citadas, o título ainda tem o grupo fazendo covers para “Memphis Tennessee” (Chuck Berry) e “(I Know) I´m Losing You” (The Temptations). Para não perder!

Veja aqui o The Faces em ação tocando o hit "Stay With Me"

terça-feira, 8 de abril de 2008

RECONSTRUINDO SIMONAL


Um dos filme que causou mais impacto na recente mostra É Tudo Verdade foi Wilson Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, de Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. A fita só estréia no circuito comercial no segundo semestre (produção da Globo Filmes), mas aqueles que já assistiram ficaram impressionados. Simonal foi um dos mais populares e talentosos artistas brasileiros dos anos 60. Mas um infeliz problema com a policia jogou o "Rei da Pilantragem" no ostracismo. Simonal mandou dar uma surra num contador que o estaria roubando e o escândalo virou uma autêntica bola de neve. No final, o cantor foi acusado de ser informante da ditadura. Não houveram provas concretas, mas Simonal foi massacrado pela esquerda (especialmente pelo jornal O Pasquim) , marginalizado pela classe artística, afundou na mágoa e no alcoolismo e nunca foi reabilitado em vida. Oito anos depois de sua morte, parece que chegou a hora da bossa e suigue do Simonal voltarem com força total. O grande mérito do documentário é não tomar partida de nenhum dos lados. O público é o juiz. E o melhor é ver o saudoso Simonal em ação nos anos 60, participando de programas da TV Record, fazendo dueto com Sarah Vaughan e Elis Regina e regendo o Maracanãzinho ao som de “Meu Limão Meu Limoeiro”.

Veja o trailer: