domingo, 20 de abril de 2008

MONSIEUR AZNAVOUR



Eu confesso que nos anos 70, quando Charles Aznavour viveu seu apogeu comercial, não dava muita importância para ele. Mas, com o passar dos tempos, pesquisando e ouvindo melhor suas criações, percebi que o cantor/compositor/autor francês de ascendência armênia era mesmo um gigante em seu tempo. As composições de Aznavour trazem o melhor da canção francesa, que é romantismo existencialista. Depois de quase 15 anos sem pisar em nosso território, Aznavour, agora com 83 anos, esteve no Brasil novamente para uma série de apresentações. E era mesmo a última oportunidade já vê-lo, que esta é a sua Farewell Tour. Na coletiva de imprensa, Aznavour se revelou culto (mas modesto), prolíxo e no geral afável, sem apelar para falsa simpatia. Mas os seus shows, que aconteceram nos dias 17 e 18 de abril na Via Funchal (lotada, por sinal), fizeram diferença para quem acompanhou esta sua visita. Muitos roqueiros com metade da idade de Aznavour não têm a mesma vitalidade. A voz nunca fraqueja e ele nem precisou apelar para teleprompter para se lembrar das letras. Aznavour cantou, “intepretou”, dançou, enfim, fez tudo o que se espera de um showman de verdade. Ele e sua afiada banda relembraram todas aquelas músicas que marcaram décadas passadas como “La Mamma”, “Que C´est Triste Venise”, “La Bohéme”, etc... A única música que ele cantou em inglês foi o megahit “She”. Ao invés de “Yesterday When I Was Young”, ele optou por sua versão em francês, “Hier Encore”. E “Old Fashioned Way” também ficou na língua pátria de Aznavour. Para marcar a ocasião, a Som Livre soltou o CD Classic - Tour Brazil, uma boa compilação com 16 faixas. Mas um aviso: a versão de “She” não é a mais conhecida, cantada em inglês, mas sim a interpretada em francês, com o título “Tous Les Visages de L´amour”.

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